O cafajeste ou é sexy ou é risível. Não há outra saída para este animal, bem soube fazê-lo o velho e bom Ruy Guerra. Ou tem a manha ou torna-se caricato na primeira piscadela. Ou é Paulo Cesar Pereio ou apenas um ensaio de Didi Mocó Sonrisal. Didi é gênio, ora, mas é macaco de outro galho.
O cafajeste amador é uma piada. Quer comer todas as gostosas e a nenhuma se devota. Blefe. Não sabe, nem nunca procurou saber, que no amor e no sexo, não existe mensalão nem milagre. O cafa à vera não é nada óbvio.
Sabe, inclusive, que nem só de gostosas vive o homem. É capaz de devotar-se àquela mulher que ninguém dá nada por ela. E de repente descobre que trata-se de uma foda sem precedentes, um vulcão nunca dantes despertado para as artes da alcova.
Para o cafa de verdade, não há feiúra muito menos boniteza.
O cafa amador parece vestir-se sob encomenda de uma figurinista. Camisa aberta, corrente, malandragem-fake, essas coisas. E sempre um pé no metrossexualismo ou na tendência.
No cafa sexy, qualquer peça lhe cai bem, pois a ciência da sua pegada está no olho e no drinque caubói, claro.
O cafajeste sexy entra no saloon e não atira para todo lado. Não gasta balas à toa. Sempre escolhe um alvo.
O caricato e amador gasta as balas do colt até com as mulheres dos amigos, embora não tenha arma para matar sequer uma formiga.
O falso cafa é “garganta”.
Comendo ou não comendo, diz que comeu e espalha a lenda. Seu caminhãozinho não perde a viagem... Mas areia que é bom de verdade...
O cafajeste sexy é discreto.
Acredita sobretudo, e caso a caso, na arte da conquista, na devoção pura e simples. Nem que seja por uma noite apenas e nada mais. Diante dele, toda mulher se sente uma deusa,uma Vênus.
O canalha amador faz falsas promessas. O cafa sexy, predador evoluído, sabe que a fêmea moderna pode muito bem estar querendo _estarei gozando, como diria uma profissa do telemarketing!!!_ apenas foder.
O cafa caricato se acha. O cafa sexy sabe que hoje está por cima e amanha pode muito bem estar por baixo _mas que seja, pelo menos, de uma bela buceta, claro.
No catecismo do cafa sexy, não há nojinhos nem proibições. O amador é asséptico e limpinho.
O cafa sexy enfrenta e atravessa lindamente os mares vermelhos da menstruação da fêmea com vigor.
Quando enfia os dedos numa buceta, o cs _cafa-sexy_ passa o dia sem lavar as mãos. Para ficar lembrando ali o tempo todo. Ta numa reunião de trabalho, mas sempre com os dedos a tocar levemente a napa; ta na fila, e os dedos a tocar a napa; ta na missa e não pára de fazer o sinal da cruz...
Melhor ainda: o cafa sexy quando se arrisca na cozinha é mestre em comidas sem nenhum requinte e com muita pimenta e alho. Haja alho. Aí, como na receita no meu amigo Joca Reiners Terron, passa o dia com a mão direita cheirando a buceta e a esquerda cheirando a alho.
São realmente os dois melhores cheiros que um homem pode usufruir na face da terra.
O cafa sexy, senhores, se pudesse, voltava para o útero por dentro da buceta da mulher mais linda da cidade, como na crônica do amor louco de Bukowsky.
O amador se contenta, muitas vezes, com uma foda virtual no Messenger. Sem cheiros, sem odores, nada visceral.
Ele ainda não sabe que para curar um amor platônico é preciso uma bela trepada homérica.
vai Peréio...