Eu venho lá das quebradas
De grotões e de veredas
Donde diabo perdeu as botas
Maconha boa na seda,
Sou Zé Limeira e Breton
Viagem de ácido bom
Lenha nova e lavareda.
O que é isso, cachaceiro?,
Peço licença a vocês,
Vou narrar uma peleja
Guardada faz mais de mês,
A de um macho-jurubeba
Encardido feito ameba
Conto ao gosto do freguês!
Do outro lado do ringue
Um sujeito,uhn, autoral...
Bonitinho, mas ordinário
Codinome: me-tros-se-xu-al!!!
Foi criado na Inglaterra
Tem o afeto que se encerra
Na maquiagem do mal.
Os sinos dobram, dom King,
E a contenda começou
O jurubeba enfezado
De cara já perguntou:
-Onde tu compras tem pra homi?
És aquilo que consome?
Qualé, rapá?, androginou?
Com fleugma de bom inglês
O metro não perdeu a linha,
Ajeitou seu terno Armani
Que elegância na bainha!
O jurubeba, eu nao sei,
Mas perdeu logo o fairplay
E pediu uma cachacinha!
Marquinhos deu a cachaça
E o cabra cresceu no jogo,
A Mercearia veio abaixo
Nego fez u´a roda de pôgo.
E o cabôco free-style
Mandou pra casa do caraio
Tudo que tava em jogo!
Foda-se a esportiva
Disse o jurubeba de cara
Não tolero a espécie
Que desgosto!, avis rara...
Lá da terra donde venho
Esse rapaz eu emprenho
Apollinaire, minha vara!.
Donde o metrossexual
Na contramão da barbárie,
Gabola e cheirosinho
Via de longe minha cárie...
Seus perfumes no ajuste
Qual o bolinho de Proust
Levava todos nos ares.
E o vento também levou
O modismo desse metro,
Ele num pega nem u`a letra
De um macho analfabeto...
Prefiro meu travesti
Jesus Cristo!, eu estou aqui
E ai?, estás por perto?
Macho velho, invejoso,
Sou sensível e muito cool,
Só pego “Pati” cheirosa
Te viras com tribufu,
Uso todo meu Lancôme
E não deixo de ser homem
Vade retro, cafuçu!
Se isso é ser macho, haha!...
Renuncio ao velho sapiens,
Gasto minha testosterona
Salve Mussum, dá-me um traguis!
Tu gosta é de cheirar a rolha
E sentir o bouquet da trolha
Afasta de mim esse cálice!
Fala sério, cachaceiro,
Como rejeitas esse bouquet?,
Tua vida bagaceira
É maldição démodé...
Já sei que não te habilitas
Eu sigo In vino Veritas
E vejo os vermes te roer.
Minha antologia de ressacas
É grandeza d´alma, amiúde,
A lua na sarjeta ensina mais
Do que uma obra de virtudes...
Serás um belíssimo defunto
E para a cidade de pés-juntos
Irás gozando toda saúde!
Entrou pela perna do pinto
Saiu pela perna do pato,
Quem quiser que conte outra
E siga Rosseau no contrato,
Pois o homem nasce direito
Mas depois vira um suspeito
Vou m´embora é lá pro Crato!
22 de jul. de 2010
Peleja do Metrossexual contra o macho-roots- Jurubeba
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Um comentário:
hah muito foda, Xico.
cordel da rebenta.
pois é. olha que eu tô ficando mais pra jurubeba, viu? não entendo muito bem os metrôs de hoje, acho que sou da antiga.
Waldick Soriano... hahaha
juro que vivo escutando Waldick Soriano, é uma clássico indispensável da MPB (música popular brega).
-- "quem éééés tu para querer manchar meu nome..."
a molecada de hoje não sabe o que é bom, Waldick é cult.
pena que finou-se.
a primeira música que cantei pra minha atual namorada foi Tortura de Amor (imortalizada pelo Waldick), do Lupicínio Rodrigues, que também bateu a tiguera. ela achou bonita, não sabia o que era, disse que eu era culto rs.
não acredito que estou falando do Waldick Soriano. é que vi a foto e. bem, um detalhe entre os meus discos jazz e os blues e os rocks e as bossas que escuto com frequência, mas é verdadeiro.
nota: eu estou bem longe dos 40 anos.
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